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Composições

Anualmente o Laboratório CEVAQOE selecciona um vinho, o qual é submetido a uma degustação pelo enólogo Jean-Michel Riboulet na presença de um pintor profissional que tem como missão transpor para a tela as características sensoriais do vinho.
Assim, todos os anos, nasce uma obra de tiragem limitada.

 

Olga Vieco

 

HERMITAGE 2016

Um vinho muito colorido, vermelho-granada intenso apresentando ainda tons violeta e púrpura. Uma bela juventude de cor.
Um primeiro nariz intenso, expressivo e muito rico sobre os frutos pretos concentrados, a amora, a groselha negra, bem como a violeta, o alcaçuz e a hortelã.
De seguida as notas de baunilha, o fumo e o sous-bois, uma especiaria delicada. A Syrah está bem presente com o aroma a pimenta doce.
Na boca, a cereja preta, a cereja em aguardente. A vivacidade, a persistência dos frutos pretos, e, novamente, o fumo e a madeira.
A boca é encorpada e generosa, com taninos poderosos mas finos, elegantes e bem envolvidos, com um final longo e suave.
Um vinho amplo e cheio, com volume e concentração, profundidade e um belo equilíbrio.
Apresenta elegância sem exuberância, adivinhando-se voluptuosidade, sedução e um potencial apenas desvendado. A Syrah é sublime.
Uma expressão domada com luxo despojado aliado a um caráter reservado e discreto. Um vinho de alta costura para iniciados que deliciará o erudito paciente.
Um grande ator que se reserva nos bastidores antes de subir ao palco. 

Dezembro 2020
Jean-Michel RIBOULET 

Ben Brotherton

SAUTERNES 2015

Uma bela cor amarela palha surpreendentemente jovem, pura e brilhante.
Um nariz intenso e rico, reto e elegante.
Os citrinos maduros, o limão, o pêssego branco, o damasco, mas igualmente a amêndoa fresca e o caroço, as especiarias, uma nota de floral de acácia.
Uma evolução para uma fruta mais compotada em frasco com o cristalizado, o ananás e a mirabela.
Muita amplitude na boca, algum volume com um toque suave, a doçura na leveza, equilíbrio, complexidade e raça.
Os aromas são mais maduros e mais concentrados com o damasco seco, a baunilha, o brioche; a madeira permanece discreta, integrada, e só contribuiu positivamente na oxigenação e nas notas de especiarias, apimentadas, de cravinho e de cardamomo.
A boca é viva, sincera, e transmite a sensação do infinito do vinho.
Uma bela frescura final dinâmica no comprimento e na elegância.
Um grande vinho académico com personalidade, alma e vibração.

Dezembro 2019
Jean-Michel RIBOULET 

Elisabeth Champierre

SAINT JULIEN 2012

Um vinho com um manto rubi profundo e sombrio, uma evolução para o carmim.
No nariz, um bouquet aromático intenso, complexo e fino.
Um primeiro nariz muito rico em fruta, com a cereja preta, a ameixa, a ameixa seca, a amora e o mirtilo.
Com a agitação desenvolve-se uma declinação dos torrados da preparação alquímica das barricas, com notas de madeira, pão tostado, especiarias, tabaco claro e menta.
Uma animalidade discreta bem associada ao conjunto olfativo.
O ataque na boca é denso, com os frutos pretos, seguidos pela série dos torrados da madeira em equilíbrio com a pimenta; logo depois, uma bela matéria densa no palato e o poder dos taninos profundos de grão fino e aveludado, sinais de uma extração moderada, regulada e controlada.
O final evolui para as notas balsâmicas, o cedro e a madeira de zimbro.
A evolução em garrafa evidencia a importância do torrado, com a surgimento do abaunilhado, do cacau e da resina. A boca suaviza-se e arredonda-se com a profundidade, com boa vivacidade e sedosa.
Um vinho sedutor, com riqueza e equilíbrio. Um vinho requintado, onde tudo está no seu lugar, com energia, uma boca tensa, mas também ternurenta.
Um vinho fino com uma concentração comedida, elegante, subtil e dinâmico.
O conjunto revela o respeito pelo fruto e pelo terroir com um estágio em madeira bem avaliado e respeitador do vinho. 

Dezembro 2018
Jean-Michel RIBOULET 

André Nadal

CAHORS 2011 MALBEC 100%

Reservado durante muito tempo como uma contribuição colorida para o seu grande vizinho, o Malbec de Cahors ganhou respeitabilidade e a produção da sua região de origem é hoje conhecida por mérito próprio.
O “vinho negro” de Malbec é assim apelidado em virtude da cor que lhe confere a variedade da casta.
A nossa garrafa possui uma coloração vermelho-granada escura e densa. O vinho abandonou o tom púrpura da sua juventude.
O nariz é rico, numa trilogia de aromas, equilibrado, com uma evolução em círculos concêntricos sucessivos de frutos pretos, aromas de madeira das barricas e aromas terciários de resina.
De entre os frutos pretos, distinguem-se a groselha-negra, a ameixa e a cereja em aguardente. O carácter amadeirado exprime um amplo espetro de queima forte, mas não excessiva, que produziu uma expressão calorosa com notas tostadas, abaunilhadas, de chocolate amargo e especiarias, enquadradas por discretas nuances balsâmicas e de cânfora.
O ataque na boca é amplo, com volume e presença, o frutado do nariz é retomado com uma magnífica frescura intensa, a linha é pura e bem construída, ordenada e equilibrada.
Os taninos estão bem presentes, diretos, mas flexíveis, como o bambu que se dobra e volta a endireitar-se numa atmosfera opulenta, quente e suave. Dissipam-se perante a persistência dos frutos, retornando num final de boca elegante e reconfortante.
O trabalho ao nível da madeira é notável, tanto pela escolha das barricas e pela sua preparação como pela gestão do tempo de estágio. Os aromas e a estrutura estão integrados no vinho, que está sempre bem presente, numa simbiose mutuamente benéfica, um ao lado do outro, numa associação vigorosa e firme entre dois elementos que formam uma unidade indissolúvel.
É um vinho repousado, calmo e adulto, que, embora tendo perdido o seu entusiasmo e ardor juvenis, ganhou uma aura poderosa, em força e sabedoria, disciplinando o seu temperamento. Senta-se, olha para nós e diz: “Estou aqui e tenho o tempo todo do mundo à minha frente”.

Dezembro 2017
Jean-Michel RIBOULET 

Annie Becco

CHAMPAGNE BLANC DE QUATRE BLANCS DEGORGEMENT 2014

A discreta presença sonora de gotas de chuva fina, regular e persistente no copo, acentua o desejo de aproximar a orelha.
Uma ascensão sábia de uma população de bolhas finas e delicadas, uma espuma nervosa, franca e abundante, com um cordão de uma estabilidade exemplar.
Um vinho límpido e brilhante, com um manto amarelo pálido e reflexos verdes.
Um subtil nariz complexo com aromas de uvas muito frescas e de citrinos que evoluem em seguida para notas de maçã assada, de compota de figo, de uva concentrada, casca de combava e tarte de limão, suportadas por um bouquet de flores brancas e de chá verde.
A boca é mineral, condimentada, com entusiasmos de citrinos, matizada de exotismo, ampla, com uma seiva tensa e com um final prolongado.
A dosagem é discreta e o conjunto permanece num equilíbrio vivo que não deixava pressagiar a tranquila harmonia dos aromas no nariz.
Uma efervescência na boca num movimento horizontal.
Um champanhe atípico poderoso e com um caráter vincado, um belo champanhe raro.
Um vinho orientado sobre a perfeição e a elegância, com uma boca ampla, admirável com as suas notas mais originais de especiarias doces.
Um vinho fino, ao mesmo tempo leve e firme, maduro e fresco, aéreo, um vinho concluído. 

Dezembro 2016
Jean-Michel RIBOULET 

Casimir Ferrer

CHATEAUNEUF DU PAPE 2011

Um vinho límpido, brilhante, carmesim púrpura, ainda com azul violeta, sinal de juventude para um 2011.
Grande concentração com uma bela diversidade aromática, numa escala complexa em vários registos, de uma riqueza precisa com percepções bem destacadas.
Um nariz intenso, a cereja preta bem madura, a uva acabada de esmagar, quase ainda açucarado, como um xarope ou um licor, a amora, a ameixa.
Depois, os aromas mais pesados, o alcaçuz, a especiaria, a canela, a pimenta, o fumo, o tabaco, o louro, num conjunto de caracteres varietais e herdados da madeira.
Esta variedade olfactiva é o resultado das uvas das castas de que é proveniente, de um cuidadoso trabalho das uvas e de uma vindima com maturidade perfeita.
Na boca, a cereja preta está bem presente, com o caroço, com amplitude e volume. É um vinho distinto e seguro com energia e vitalidade; mastigamos a fruta com uma suavidade quente e doce não obstante o álcool. Uma boa acidez, mineralidade, taninos ainda fechados, um pouco cerrados mas sem adstringência nem agressividade, taninos que se fundem e se dominam enquanto que a percepção retronasal da fruta persiste.
Um vinho preciso, recto, elegante, estruturado e requintado na boca e guloso no nariz.
Um vinho semelhante à redondeza das pedras das suas vinhas, um vinho mais lunar que solar na sua discrição. 

Dezembro 2015
Jean-Michel RIBOULET 

Bernard Cadène

AUTAN 2007

Uma cor invulgar que surpreende ao primeiro contacto, alaranjada, arruivada, ambreada.
No primeiro nariz, há uma explosão imediata de um feixe de aromas intensos, fortes e complexos onde se misturam várias tonalidades. As especiarias doces, o picante, o alcaçuz e o gengibre associam-se a uma cornucópia de abundância transbordante de frutas com marmelada, ameixa, figo, damasco, uvas muito maduras secas e concentradas.
Estamos perante uma natureza morta realista de Caravaggio, onde os frutos vibrantes entram em cena.
Com a agitação no copo, descobrem-se as notas de fumo, do balsâmico, da verbena, do torrado e da avelã.
O ataque na boca é uma exuberância de frutos em sobremesas num atelier de pastelaria, com o kumquat cristalizado, a laranja amarga e a maçã cozida, dando a sensação de estar a trincar a fruta.
Um final longo e rico, com uma presença e persistência excepcionais.
Um vinho notável, voluptuoso, sensual e generoso, que se entrega incondicionalmente.
A sua juventude é já opulenta e envolvente como uma poltrona. 

Dezembro 2014
Jean-Michel RIBOULET 

Anne Pourny

VOUVRAY MOELLEUX 2006

Um vinho amarelo palha, quente e brilhante, que atrai a luz.
No nariz apresenta um vasto leque de aromas libertados num concurso de pastelaria, com frutos, a casca de laranja cristalizada, o citrino, o damasco seco, a pêra e também a maçã verde, o torrado, a amêndoa fresca, o brioche, o mel, seguidos de um subtil bouquet floral de acácia, tília e urze. A mineralidade exprime-se através do fumado e de notas de silex puído.
A harmonia na boca é conferida por frutos frescos, com o toque exótico de notas de especiarias, gengibre, a vivacidade do limão cristalizado, e a presença mineral que estrutura o conjunto.
É um prazer de equilíbrio, envolvente, amplo e longo na boca, com a persistência da amêndoa e uma nota de leite-creme caramelizado.
Um vinho com raça, elegante e fino, pronto a acompanhar um queijo azul ou uma tarte de damasco, capaz de preencher sozinho um serão, ou a descobrir apenas na sua maioridade.
Uma guloseima resultante da alquimia de um terroir e do talento do viticultor, uma personalidade intensa que impõe respeito. 

Dezembro 2013
Jean-Michel RIBOULET 

Marika PERROS

DOM PÉRIGNON – CHAMPAGNE ROSÉ 2000

Sob uma rolha na qual os discos se expandem orgulhosamente, a pressão permaneceu intacta.
Finas bolhas elevam-se no copo em colunas persistentes para formar um cordão de espuma efémero.
A cor é surpreendente, inclassificável, sobrenatural, é a raríssima cor de ouro rosa de uma jóia, um bronze com reflexos acobreados com um toque de magenta.
O seu bouquet é surpreendentemente fresco, numa subtil palete de aromas em leque, onde se misturam o morango, a cereja como num grande Pinot bourguignon, os citrinos, as especiarias doces, a rosa, os doces e o chocolate.
O ataque é fresco e vivo, a bolha é fundente, tudo é harmonia e equilíbrio numa boca ampla e vinosa, com notas delicadas de ginja e de limão cristalizado.
A sua estrutura e o final agridoce proporcionam-lhe uma grande persistência.
É um vinho portador de emoção, uma experiência única que marca a memória. 

Dezembro 2012
Jean-Michel RIBOULET 

Casimir Ferrer

LA ROMANÉE GRAND CRU MONOPLE 2006

Um vermelho carmim de vinho maduro, escuro e opaco, esbatido por um castanho.
Timidamente, aproximamos o nariz do disco calmo.
A primeira impressão é marcada pela doçura e elegância, com uma sucessão sem fim de aromas detalhadamente delicados, como aqueles que brotam na abertura das caixas que abrimos, uma a uma, na prateleira de uma antiga mercearia, para se misturarem com os precedentes, cada um encontrando o seu lugar natural na fragrância complexa que se criou.
São, numa equilibrada harmonia, os toques florais, a cereja fresca, o torrado, o condimentado e o picante.
Com a agitação no copo, os aromas juntam-se todos numa rica entoação harmoniosa onde se misturam em perfeitos complementos, num registo em crescendo, a ginja, os pequenos frutos vermelhos, a groselha, o caroço, o pistácio, a amêndoa amarga, o nogado e o tabaco louro.
Com a evolução, a cereja torna-se mais negra, descobre-se o torrado e as notas de fumo seguidos de uma leve presença de louro.
A  fragilidade delicada transformou-se numa maturidade assumida.
Na boca, persiste este bouquet de frutas frescas, precedente das notas de couro. Em seguida, manifesta-se uma ampla redondez envolvente, rapidamente apoiada por taninos fundidos e sedosos numa subtileza evidente.
Esta suavidade é sustentada pela vivacidade e mineralidade do solo da sua parcela, numa extensão que se instala e perdura.
Um vinho ainda bastante jovem, que recresce enquanto aguarda o prazer de o beber. 

Dezembro 2011
Jean-Michel RIBOULET 

Bernard Cadène

BANDOL 2006

Um vinho com um manto rubi-carmim escuro e profundo, com uma discreta nota acastanhada da evolução.
No nariz é quente, rico e complexo, onde se misturam os frutos negros, a ameixa seca e a groselha preta, bem como a paleta de aromas a madeira, tostado, especiarias, baunilha, tabaco e café que se aliam a notas animais, de couro e no final a mineralidade dos seixos aquecidos.
Apresenta uma boca cheia e poderosa com uma grande presença, onde se exibem a ameixa e o tostado com ataque intenso, com um equilíbrio simbiótico entre os aromas, o calor, o volume e a textura untuosa, o sabor adamado e os taninos francos bem presentes, fundidos, seguidos por uma bela persistência.
Um vinho surpreendente, simultaneamente delicado a desabrochar para os frutos maduros, mas igualmente poderoso e estruturado, com uma rectidão notável para uma tal matéria e com uma complexidade elegante.
Um vinho pleno, amplo e estruturado, cuja presença vem igualar o prestígio dos maiores Bandol.
O prazer para hoje e também para amanhã, a força e a harmonia de Provence.
Só faltam as cigarras. 

Dezembro 2010
Jean-Michel RIBOULET 

Pierre Igon

CORTON CHARLEMAGNE 1937

EM HOMENAGEM A PIERRE IGON

Um nível baixo sobre o qual nos interrogamos o que pode indiciar, tal como relativamente a este pequeno Senhor afável e discreto.
Depois, quando ele se mostra, decantado, apresenta uma grande limpidez e uma cor bronze âmbar.
No nariz a noz fresca, as frutas cristalizadas, o alperce, o marmelo, uma nota de alcaçuz, a flor de laranjeira, a pastelaria, um apontamento a cogumelo fresco.
Grande vivacidade na boca, equilíbrio, o álcool está fundido, um final longo.
Um envelhecimento harmonioso, a sensação de poder esperar, na sua força, a maturidade e a rectidão.
Uma excepção cujo resultado se deve à natureza, ao talento do Homem e à rolha de cortiça.
Um vinho de uma juventude admirável que parece eterna, como a arte do enólogo e o génio do artista. 

Dezembro 2009
Jean-Michel RIBOULET 

André Nadal

PAUILLAC 2000

Este vinho do milésimo do século apresenta uma admirável juventude em cor, com um manto rubi púrpura brilhante e um disco mais claro.
No primeiro nariz, os aromas estão já maduros com a fruta em compota, a ginja, a groselha, a fruta de caroço, a amêndoa amarga, seguidos de notas de couro novo.
Num outro registo, ele revela com a agitação notas de vegetação rasteira, húmus e folhas secas.
O seu envelhecimento conferiu-lhe caracteres de madeira queimada, torrada e uma ligeira nota de café.
Após agitação, o copo é coberto por numerosas lágrimas finas que escorrem rapidamente.
O ataque na boca é vivo com os frutos vermelhos bem presentes, seguidos pela madeira fundida. O vinho é estruturado e muito gordo, redondo, com amplitude e equilíbrio.
O final é mineral, grafite, pedra com notas empireumáticas e belos taninos finos que conferem um final longo e uma bela persistência na boca.
Uma boa garrafa característica de um Pauillac, que pode aguardar pacientemente por amanhã mas que oferece desde já um verdadeiro prazer. 

Dezembro 2008
Jean-Michel RIBOULET 

Bernard Barillot

GEWURZTRAMINER 2001

Trata-se de um vinho de agricultura biológica elaborado através de métodos naturais.
O seu amarelo dourado e o seu brilho são iluminados por reflexos verdes quando as numerosas lágrimas, lentas e regulares, correm sobre o copo.
No nariz abunda uma ampla paleta aromática, onde se conjugam em bouquet a rosa vermelha e o gerânio, num registo a especiarias dado pelo gengibre e pela pimenta e seguidamente o marmelo.
Com o movimento, os aromas refrescam-se com notas de uva e de maçã verde.
Desde a introdução na boca mastiga-se o fruto deste vinho pleno e gordo, envolvente, onde a suavidade está em equilíbrio harmonioso com uma vivacidade realçada por uma presença ligeira de gás carbónico.
De seguida os aromas evoluem para frutos exóticos, alperce, amêndoa amarga, pistácio e fruta de caroço, com uma nota de espargos que acompanha a mineralidade.
Este produto de excelência revela-se explosivo mas simultaneamente poderoso e elegante, amplo mas fino e suave na sua duração.
É um vinho de grande expressão, tanto iniciático como capaz de satisfazer o verdadeiro epicurista.

Dezembro 2007
Jean-Michel RIBOULET 

Michel Fourcade

TOKAJI AZU 5 PUTTONYOS 1992

Através do seu esplendor, a luz prende-se à paleta de Outono, mutável no movimento em que se misturam o dourado, o laranja e o âmbar, que brilham deixando adivinhar laivos de verde.
O vinho espesso reveste calma e demoradamente o copo. Lágrimas abundantes, regulares e persistentes correm lentamente em sucessivas ondas.
Assim que o copo se aproxima, explodem os aromas complexos. O nariz revela-se rico e intenso com aromas a damasco, figo e mel, ligeiro ranço, notas de torrefacção, amêndoa, pistácio e laivos de café fresco.
Todavia, a frescura está igualmente presente através de notas de acácia, eucalipto, seiva de pinheiro e nuances citrinas que conferem vivacidade ao conjunto.
Ao ataque na boca, ressaltam os frutos maduros, o damasco e os frutos secos, num equilíbrio perfeito com subtis notas de frutos citrinos. O aroma tostado está em harmonia com as notas minerais.
O carácter macio, gordo e arredondado preenche a boca e casa bem com o acidulado numa fusão harmoniosa e untuosa.
Com o aquecimento no copo, os aromas tornam-se mais intensos, os frutos revelam-se mais maduros, o limão cristaliza-se.
Os aromas são persistentes, a espessura, o volume e o suporte ácido garantem-lhe uma duração notável na boca. É um loukoum de limão, simultaneamente doce e vivo.
A personalidade deste vinho pleno deixa a sua marca. O primeiro trago convida-nos inevitavelmente a outros para apreciar a sua riqueza e a descobrir a sua subtileza. 

Dezembro 2006
Jean-Michel RIBOULET 

Marika PERROS

PORTO LBV 1998

É um vinho dos socalcos do Douro, nascido em solo de pedras com Verões muito quentes e Invernos frios.
A sua cor um belo vermelho rubi, mate, densa e concentrada, já com algumas notas acastanhadas, traduz a força da sua juventude e a maturidade de um princípio de evolução.
As lágrimas correm lentamente no copo como a lava.
Ao primeiro nariz sobressai a frescura intensa da cereja preta, com notas de compota que se desenvolvem no copo e se completam com um aroma tostado.
Na boca, o vinho deleita-se na sua juventude, com um fruto mais fresco, a pequena cereja ácida seguida de discretas notas de resina.
Evolui para os frutos sobremaduros e a pêra cozida, para o caroço, a amêndoa amarga e o pistácio, numa vivacidade e equilíbrio perfeito.
É um vinho rico que proporciona um prazer imediato, um vinho estruturado, fundido e gordo, com um calor e uma redondeza calmantes.
Ele habita o nariz e o palato da sua intensidade envolvente, persistindo depois na boca numa explosão doce e duração tranquila. 

Dezembro 2005
Jean-Michel RIBOULET 

Pierre SENOUR

CHÂTEAUNEUF-DU-PAPE BRANCO

No seu solo de cascalho, as vinhas descem ligeiramente a encosta para se unir ao Rhône.
A luz revela o contraste entre a brancura e a redondez do cascalho e a cor escura das cepas nodosas.
Nas velhas videiras de 25 anos, os cachos são apanhados na maturidade. As uvas são douradas como o sol, as folhas começam a secar um pouco e a estalar.
O vinho é envelhecido em barris novos cuja queima evidencia o carvalho tostado.
No copo apresenta cor palha, amarelo dourado, com muito brilho e vivacidade.
De nariz intenso, nítido e complexo, com um aroma tostado, a fogo, a brioche, a resina, a especiarias e vivo, com notas florais, de limão cristalizado e de toranja.
A boca é ampla e persistente, com frutos maduros em que domina o marmelo.
A acidez está bem presente com a mineralidade da pederneira.
Ao equilíbrio perfeito dos aromas responde a untuosidade, a volúpia, a força e a duração que vê o tempo passar.
É uma harmonia, uma personalidade a degustar por si próprio.
É um vinho ideal para quando as sombras começam a alongar-se para prolongar os momentos puros. 

Dezembro 2004
Jean-Michel RIBOULET